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O tempo das leituras ficou curto. Também curto ficou o tempo para as postagens, mas, Fernando Pessoa insiste em pousar em minhas mãos. Coração. Antes de cair no sono. Pessoa. Parceiro de caminhada. Compartilho:

“Primeiro é um som que faz um outro som, no côncavo noturno das coisas. Depois é um uivo vago, acompanhado pelo oscilar rasco das tabuletas da rua. Depois, ainda, há um alto de súbito na voz lavada do espaço, e tudo estremece, e não oscila, e há silêncio no medo disto tudo como um medo surdo que vê outro medo mudo passar.

Depois não há mais nada senão o vento –  só o vento, e reparo com sono que as portas estremecem presas e as janelas dão som de vidro que resiste.”

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, ‘281’.
Ed. Companhia das Letras, p. 275.

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