Temos algo em comum
Julho é o mês em que os apaixonados por teatro saem da toca com mais frequência. O Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau é um momento de confraternização, de expectativa às novas peças, de reencontro. De arte, de rever velhas e de fazer novas amizades. Afins. Momento em que os corredores do Teatro Carlos Gomes entoam de forma mais intensa frases como: ‘temos algo em comum’. De renovação de plateia e de flerte com a antiga. Sorrisos.
A peça de abertura, ‘Os Gigantes da Montanha’, do grupo Grupo Galpão (MG), com direção de Gabriel Villela e texto de Luigi Pirandello, trouxe uma reflexão bacana, o pragmatismo de quem vive a vida e dos que vivem a arte. Escolhas. A visita de uma companhia teatral decadente a uma vila mágica povoada por fantasmas. Beleza pura. Durante o espetáculo: canções, reflexões, alguma graça. Discussão acerca do valor do teatro e a capacidade de comunicação com os tempos atuais.
Moderníssimo? Não sei. Vezes por outra me pego questionando que de ‘modernos’ temos pouco. Texto interessante, figurino e fotografia de encher os olhos. Cenário perfeito. Os vários elementos usados, a beleza das técnicas circenses, a mesclas das canções populares. Mas, mesmo com todas as qualidades de um grande espetáculo, a peça não tocou o coração. Não senti e nem me tirou da zona de conforto. Encantou, sim, os olhos. Apenas. A melhorar: atraso no espetáculo, ou o protocolo de abertura estava adiantado, ar-condicionado geladíssimo, que pegou muitos desprevenidos, e algumas falhas no áudio e na iluminação deixaram a desejar.
Opinião no Santa: http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/lazer-e-cultura/noticia/2014/07/leitores-comentam-o-espetaculo-de-abertura-do-27-fitub-em-blumenau-4554587.html